segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

JÚPITER (luas)

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, e é, também, o planeta com mais satélites naturais.

Tem 63 conhecidos, mas seria exaustivo e desnecessário colocar aqui a lista e descrição completa de todos eles. Os 4 mais conhecidos (e significativos) são Ganimedes, Io, Calisto e Europa, por ordem decrescente de diâmetro, que vão desde os 5262km de Ganimedes aos 3121km de Europa.


Imagem figurada de Ganimedes, com Jupiter em fundo.

Outra característica que varia muito entre eles quatro, é o seu período orbital. Io demora 1,77 dias a dar uma volta em torno de Jupiter, Europa 3,55 dias, Ganimedes 7,16 dias e Calisto mais de 16 dias.
Todas estas quatro luas foram descobertas em 1610 por Galileu Galilei.

Imagem figurada de Io, com Jupiter em fundo.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

JÚPITER

Júpiter é o maior dos planetas do Sistema Solar.
Durante muito tempo tivemo-lo no nosso céu nocturno, e ainda é possível vê-lo nos finais de tarde, um pouco mais a Sudoeste de Vénus. É um ponto menos brilhante do que Vénus, que se distingue de uma estrela por não cintilar, tendo um brilho constante.

É o 5º planeta a contar do Sol, o primeiro da categoria dos planetas gigantes.
Distando de nós de cerca de 4,20 U.A., demora 11,86 anos a dar uma volta ao Sol. Para se ter uma ideia da sua enormidade, tem um raio de quase 71500km, mais de 11,2 vezes o raio da Terra! Apesar de ser um planeta menos denso que a Terra, tem uma massa absolutamente brutal, de mais de 318 vezes a massa da Terra.
Júpiter tem uma velocidade de rotação gigantesca, dando uma volta sobre si mesmo em apenas 0,41 dias (9,93 horas!).

Io é o ponto preto, e tem o tamanho da nossa Lua... É fácil ver a grandeza de Júpiter!

Tem 63 luas conhecidas (serão com certeza mais...), sendo o planeta do Sistema Solar com mais luas, com algumas a serem mais significativas que as outras (Io, Calisto, Europa e Ganimedes são as mais importantes e conhecidas), mas isso será tema do próximo post.
A força da gravidade em Júpiter é de 2,6G (1G é a força da gravidade na Terra). A temperatura média à superfície é incomportável ao Homem, -150ºC.

Júpiter tem um núcleo rochoso e gelado, envolvido por hidrogénio metálico líquido. A pressão faz com que o hidrogénio se divida nos seus protões e electrões, conduzindo electricidade como um metal. Acima desta camada, existe uma de hidrogénio e hélio moleculares.
As suas nuvens coloridas arrastam-se pelo planeta porque a velocidade de rotação é muito grande.


Uma característica peculiar de Júpiter é a Grande Mancha Vermelha, uma tempestade permanente colossal, com cerca de 25000km de comprimento e 12000km de altura. A sua coloração vermelha pode ocorrer devido à presença de moléculas orgânicas ou devido à presença de fósforo vermelho aspirado pelas correntes de gás na atmosfera.

As manchas claras e escuras apresentadas na superfície de Júpiter são outras tempestades.
Há as chamadas ovais brancas (nuvens frias na atmosfera superior) e as ovais castanhas (nuvens mais quentes na camada normal de nuvens.

NOTA: Por lapso, não estava a permitir comentários a utilizadores anónimos. Já alterei as definições, qualquer pessoa pode comentar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MARTE (luas)

Fobos e Deimos, são os nomes das duas luas do Planeta Vermelho.
São satélites muito pequenos, com 27km e 15km na sua maior dimensão, respectivamente, e por isso estão inacessíveis a telescópios amadores.
Foram descobertos por Asaph Hall, durante a oposição de 1877.


Ambos têm características que os tornam únicos.
Fobos é o satélite natural que orbita mais próximo do seu planeta-mãe, a apenas 6000km da superfície de Marte. Todos os anos a
sua órbita se aproxima de Marte, pelo que no futuro, uma de 2 coisas acontecerão:

1- Ou Fobos se despenha sobre Marte;
2- As forças gravitacionais vão destruir Fobos e criar um anel em torno de Marte, à semelhança de outros planetas com anéis.

Deimos sobressai por ser o mais pequeno satélite do Sistema Solar.

Ambos terão uma composição à base de silicatos e gelo, e deverão ter origem na Cintura de Asteróides, entre Marte e Júpiter, que o campo gravitacional de Marte terá capturado.

Nestas 2 imagens pode ter-se uma ideia da pequenez destes satélites, comparados com Marte.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

MARTE

Marte é, talvez, a maior utopia do Homem.
É uma opinião minha, porque sempre ouvimos falar, na ficção científica, de Marcianos e nunca de Jupiterianos, Saturnianos ou Venusianos, por exemplo... Marte é aquele planeta onde durante tanto tempo depositámos as nossas esperanças e sonhos, onde sempre quisemos que houvesse vida.
Marte é o planeta vermelho, e isso pode constatar-se claramente por uma simples visualização até a olho nu. Por esta altura, está visualmente muito perto do Sol, cujo brilho impede que o planeta seja visto, mas há cerca de um ano, por exemplo, Marte esteve na constelação de Touro (muito visível nesta altura do ano, a Este no início da noite) e devido à sua órbita esteve "próximo" da Terra. Por "próximo", entenda-se cerca de 56 milhões de km. Esta imagem ajuda a compreender como as órbitas dos planetas se aproximam periodicamente, quando Marte está em oposição (Sol de um lado da Terra e Marte de outro): Marte tem duas luas, Fobos e Deimos, sobre as quais falarei um pouco no próximo post.
Está a 0,52 U.A. da Terra, o que o torna no segundo planeta mais próximo de nós, a seguir a Vénus. Um ano marciano é cerca de 1,88 anos terrestres, o equivalente a pouco mais de 1 ano e 10 meses, e tem uma órbita um pouco mais elíptica que a da Terra. Tem um raio de quase 3400km e a sua massa e muito menor que a da Terra, cerca de 11%, sendo também menos denso. Efectua o movimento de rotação em cerca de 1,03 dias.

Panorâmica dos Valles Marineris, com o Sol em fundo

Não se pense que, por ser o chamado Planeta Vermelho, Marte é mais quente que a Terra. Pelo contrário, a temperatura média à sua superfície é de cerca de -23ºC.
O hemisfério Sul de Marte apresenta várias crateras de impacto e é constituída de terras mais altas, que contrastam com as terras baixas do Norte, com menos crateras e mais recentes. Apesar de haver vários vulcões (entre os quais o maior do Sistema Solar - o Monte Olimpo - com cerca de 24km de altitude) e de possuir a maior e mais profunda cadeia de desfiladeiros do Sistema Solar (Valles Marineris, com cerca de 4000km de comprimento e profundidade que em algumas zonas atinge 7km), não há tectónica de placas em Marte. O campo magnético do Planeta Vermelho é diminuto e a sua atmosfera é cerca de 100 vezes mais fina que a da Terra.
As calotes polares têm água e dióxido de carbono gelados.

Panorâmica dos Valles Marineris, com uma cadeia montanhosa em fundo, onde se contam 5 vulcões. O 2º a contar da direita é o Monte Olimpo (Olympus Mons)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TERRA (lua)

Um pequeno post sobre a Lua, o nosso satélite natural...
Não pretendo fazer uma análise exaustiva das características da Lua (nem de qualquer outro corpo), mas apenas deixar umas pequenas notas.

Na Lua não há atmosfera, nem vento, nem água... Logo, não há erosão. As crateras de impacto de meteoros não sofrem alterações e da Terra é possível ver bem algumas zonas mais claras e mais escuras...
As fases da Lua explicam-se pela posição relativa ao Sol, da Terra e da Lua. Embora a área da Lua iluminada pelo Sol seja sempre a mesma, nem sempre é a face que a Lua voltada para a Terra que está completamente iluminada. A seguinte imagem ajuda a ilustrar:
No que toca ao movimento da Lua em torno da Terra, ele faz-se independentemente do movimento da Terra em torno do Sol... Mais uma vez, uma imagem vale mais que mil palavras:
No entanto, não podemos ficar indiferentes às imagens de beleza única que ela nos proporciona, sempre envolta na sua aura de mistério...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

TERRA

Este post é, talvez, o mais importante. Pelo simples facto de que fala na nossa casa, a casa de que tão mal cuidamos. É uma relação quase unilateral, a que temos com a Terra, pois apesar dos maus tratos que sofre, ela continua a dar-nos tudo aquilo que precisamos, inclusive visões dela própria em que surge bela e fascinante, como a que se segue. Astronomicamente falando, a Terra é o 3º planeta a contar do Sol, a uma distância de 150 000 000 km da nossa estrela.
Tem um diâmetro de cerca de 12750 km e uma densidade de 5,52 g/cm3, muito semelhante a Mercúrio e Vénus, outros planetas telúricos.
Tem apenas um satélite natural, a Lua, que podemos observar todas as noites. A imagem da Terra vista da Lua é fantástica, e neste caso podemos observar o "nascer da Terra":









A Terra tem um período de rotação de 23,93 horas e de translação de 365,3 dias. Para fazer os acertos, é necessário acrescentar 1 dia de 4 em 4 anos, os anos bissextos.
A temperatura mais baixa registada no nosso planeta foi de -88ºC e a mais alta de 58ºC. A superfície tem cerca de 75% de água, quase toda nos oceanos e nos pólos.

De forma resumida, pode dizer-se que a Terra é constituída por 3 camadas:
- Crosta - camada superficial com cerca de 40km de espessura;
- Manto - camada intermédia e que comporta a maioria da massa terrestre;
- Núcleo - camada interna, a partir do quilómetro 2900 de profundidade, à base de ferro e níquel.
A sua atmosfera é composta por 78% de azoto e 21% de oxigénio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

VÉNUS

Não é à toa que se chama "A Jóia do Céu" a Vénus.
Quem já o viu não pode deixar de ficar de boca aberta perante a beleza do planeta mais próximo de nós. Tal como já referi anteriormente, olhando para Sul/Sudoeste ao fim da tarde por estes dias, vai ver 2 pontos a destacarem-se muito claramente um do outro. O mais "alto" no céu é Júpiter, o outro é Vénus. O espectáculo deverá ser semelhante a este (e acreditem que ao natural é ainda mais belo...):


Voltarei a mencionar esta conjunção, termo de que depois falarei, quando os meus posts chegarem a Júpiter, e nessa altura os planetas estarão ainda mais próximos. Com certeza será uma visão deslumbrante...

Vénus fica a 0,28 U.A. de nós, pelo que é o nosso mais próximo vizinho. O seu ano é 0,62 o ano terrestre e a rotação do planeta dura aproximadamente 243 dias, com uma particularidade curiosa: é em sentido inverso ao de todos os outros planetas principais, à excepção de Urano.
É semelhante à terra em várias dimensões, como a massa, a densidade e o raio.A inclinação da sua órbita quase circular é de 3,39º. Não tem luas.
O aspecto mais marcante de Vénus é a sua atmosfera. Sofre de um enormíssimo efeito de estufa, devido ao excesso de dióxido de carbono que possui, e isso torna-o o planeta mais quente do Sistema Solar, mais quente ainda que Mercúrio, que está bem mais próximo do Sol. Apesar da noite ser muito prolongada em Vénus, o efeito de estufa é tão intenso que o planeta não arrefece mesmo quando não está virado para o Sol. Pode atingir 482ºC.
A atmosfera á tão densa que vale por 100 atmosferas terrestres e estar na superfície de Vénus é como mergulhar no mar a 920 metros de profundidade.Para estudar a sua superfície, algumas sondas soviéticas da série Venera e as americanas Pioneer aterraram em Vénus, mas não resistiram mais que uma hora.
A crosta parece ser formada por uma camada basáltica espessa, e revela crateras de impacto e vários vulcões.


Apesar de ter sido formado na mesma zona e no mesmo período que a Terra, e com isso ter ficado com dimensões semelhantes, as semelhanças com a Terra ficam por aí...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MERCÚRIO

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, e um dos maiores mistérios do Sistema Solar. Escondido pelo brilho solar, torna-se complicado para os observadores na Terra recolherem dados sobre este pequeno planeta situado a 0,61 U.A. de nós.
A sonda Mariner 10, conseguiu recolher algumas imagens aquando da sua passagem por este planeta em 1975, mas um re-tratamento recente dos dados aumentou o detalhe da imagem, que a seguir mostro:

A faixa vertical no canto superior direito corresponde a uma zona do planeta sobre a qual a sonda não conseguiu obter dados.
Mercúrio, onde as temperaturas oscilam entre os -173ºC e os 427ºC, é um planeta com apenas 6% da massa da Terra, apesar de ter uma densidade muito semelhante. Não tem qualquer lua e demora 58,6 dias a fazer o que a Terra faz num só: a rotação.
Devido à grande proximidade que tem em relação ao Sol, demora apenas 87 dias a fazer o movimento de translação. Ou seja, aproximadamente, enquanto passa 1 ano na Terra, em Mercúrio passam 4...
O seu raio é de 2440km, e a inclinação da sua órbita relativamente à da Terra é de 7º, a maior dos planetas principais do Sistema Solar actual, após a exclusão de Plutão.

Quase não possui atmosfera mas há vestígios de Hélio, Sódio e Oxigénio. Internamente, o planeta tem uma estrutura muito semelhante à nossa, com um núcleo metálico que constitui cerca de 70% da massa total de Mercúrio. A comprová-lo, está a existência de um campo magnético, que faz com que a gravidade aqui seja semelhante à de Marte, apesar da diferença de tamanho.
É possível ver Mercúrio a olho nu, em algumas ocasiões, mas está sempre tão próximo do Sol, no nosso campo visual (o afastamento angular visto da Terra, de Mercúrio ao Sol não ultrapassa os 28º), que isso nem sempre é possível, até porque só pode ser visto 2h antes do nascer do Sol ou após o pôr-do-sol.

Como curiosidade, fica a seguinte nota... como só pode ser visto OU de manhã OU de tarde (nunca ambas no mesmo dia), na Antiguidade julgava-se que eram 2 objectos diferentes. Tinha o nome de Apolo (Estrela da Manhã) ou Mercúrio (Estrela da Tarde), baptizado pelos Gregos. Egípcios e Hindus também julgavam que eram 2 corpos celestes distintos. Só muito mais tarde se percebeu que era um único objecto...

NOTA: Para se perceber o que é o afastamento angular, imaginemos o seguinte: quando o Sol se está a pôr, a desaparecer no horizonte, o afastamento angular entre ele e o ponto do céu exactamente sobre as nossas cabeças é do 90º, fazendo um ângulo recto em nós.
Outra imagem: estamos no centro de um relógio, onde os ponteiros se unem. O afastamento angular entre o "12" e o "3" é de 90º, e entre o "2" e o "3" é de 30º (muito próximo dos 28º referidos atrás). Aqui entende-se a proximidade que Mercúrio tem do Sol, no nosso campo visual.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

SOL

O Sol é a "nossa" estrela, uma estrela entre as centenas de milhar de milhão que existem na nossa galáxia, que é apenas uma neste Universo tão vasto e em expansão. É um factor essencial à Vida, sem ele não passamos. Proporciona algumas das melhores visões e paisagens que podemos imaginar, e é por isso uma grande fonte de inspiração para os românticos...

Astronomicamente, a análise é outra... Sentimos na pele o calor que dele sai, mas na verdade ele está a 150 000 000 km da Terra, e a luz que nos ofusca a visão sempre que olhamos de frente para ele demora 8 minutos à velocidade da luz (300 000 000 metros/segundo) a percorrer esses 150 milhões de quilómetros, que constituem a unidade-base para medir distâncias a este nível, a Unidade Astronómica (U.A.), e 1 U.A. = 150 x 10^6 km.
Só conseguimos ver directamente a sua fotosfera (camada exterior), e apesar da sua aparência tranquila, no Sol há constantes reacções químicas desde o seu núcleo à sua superfície, e que provocam grandes explosões na sua superfície.




O Sol numa fase "calma"...






















O Sol numa fase mais activa...




Um dos factores que leva a essas reacções no Sol é a diferença de pressão e temperatura. À superfície, a temperetura é de cerca de 5800 K, para no núcleo se atingirem uns incríveis 15 600 000 K (0ºC = 273,15 Kelvin).

A sua massa é 99,85% da massa total do Sistema Solar e é de 2 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 kg (2 x 10^30 kg, os zeros são só para se ter uma noção da grandeza da sua massa). É composto por Hidrogénio (70%), Hélio (28%) e metais (2%).

O calor, a luz, a beleza das paisagens, o pôr-do-sol, são apenas algumas das manifestações do nosso astro-rei, mas não podemos esquecer a aurora polar (boreal no Norte, austral no Sul), que tem a capacidade de encantar qualquer mortal... Fisicamente, são partículas de vento solar, originadas nas explosões que ocorrem à sua superfície, que colidem com a atmosfera terrestre.




Também isto é Astronomia, tudo isto pertence ao Cosmos...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O SISTEMA SOLAR

É sempre importante começar pelo básico... Antes de nos aventurarmos a perceber outras coisas, temos de compreender o nosso próprio sistema, a nossa própria casa, o Sistema Solar.
Existem 8 planetas principais, divididos por 2 categorias: os telúricos (terrestres) e os gigantes (exteriores).
Os planetas terrestres são, como o nome indica, semelhantes à nossa Terra, de constituição basicamente rochosa. São eles Mercúrio, Vénus, Terra e Marte. Com uma atmosfera mais ou menos densa, a sua constituição é semelhante, compostos de rochas e silicatos.
De seguida existe o chamado Cinturão de Asteróides, um imenso número de corpos rochosos que gravitam entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Os planetas gigantes são compostos de um pequeno núcleo rochoso, sendo o resto do seu volume composto por gás. Júpiter é o maior de todos, seguindo-se-lhe Saturno, Urano e Neptuno.

Depois existem os corpos transneptunianos que, conforme o nome indica, estão localizados para lá da órbita de Neptuno (órbitas superiores a 200 anos). Neles está, por exemplo, Plutão, agora considerado um planeta-anão (ou planetóide). Entramos aqui na Cintura de Kuiper, composta de rochas congeladas e ricas em metano, amónia e água.

Daqui para a frente vou falar detalhadamente de cada um destes elementos do Sistema Solar.

domingo, 2 de novembro de 2008

O TRIÂNGULO DE VERÃO

Já está a desaparecer do nosso campo visual (também é só por uns meses...), mas ainda é visível. E é digno, sempre muito digno de se ver o espectáculo de simplicidade do Triângulo de Verão.

Sem entrar em pormenores demasiadamente detalhados, aqui ficam algumas curiosidades desta formação inconfundível.Antes de mais, é preciso dizer que está longe do Zodíaco (da linha de eclíptica), onde pontificam Vénus e Júpiter. Logo, é impossível confundir-se com qualquer outra coisa... Em termos práticos, vamos imaginar um observador virado para Oeste (Poente), que olha para cima. À sua "esquerda" terá a eclíptica, e o Triângulo estará mais para a "direita".

É composto por 3 estrelas muito brilhantes, Vega, Deneb e Altair.

Vega é da constelação da Lira. É a 5ª estrela mais brilhante do céu. À sua volta há um disco de gases e poeiras propício ao aparecimento de planetas, se é que já não existem. Por volta do ano 14000, Vega será a nossa Estrela Polar, devido à precessão dos equinócios, tema que um dia mais para a frente abordarei.

Altair está na constelação da Águia, a 17 anos-luz da Terra, sendo uma das estrelas visíveis mais próximas de nós. É uma estrela achatada nos pólos, pois tem uma rotação muito rápida. O seu nome vem do Árabe "Águia Voadora".

Deneb pertence à constelação do Cisne. É uma das estrelas mais brilhantes conhecidas, apesar da sua distância verdadeiramente colossal em relação a nós, e tem um diâmetro entre 200 e 300 vezes o do Sol. Ou seja, se a estrela central do Sistema Solar fosse Deneb, o seu tamanho seria aproximadamente a órbita da Terra.

Para se observar bem o Triângulo de Verão nesta altura do ano, o ideal é fazê-lo ao início da noite. As 3 estrelas "deslocam-se" para Poente à medida que a noite avança, e depois torna-se complicado... mas vale bem a pena.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A MUDANÇA DA HORA

Não é por pura carolice que se mexe nos relógios duas vezes por ano...
A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de sol foi lançada em 1784 nos EUA por Benjamin Franklin, numa época em que ainda não existia luz eléctrica. No período de Verão os relógios andam para a frente uma hora, e no período de Inverno, voltam a coincidir com o Tempo Universal Coordenado (UTC, que veio substituir o Tempo Médio de Greenwich - GMT).

Na prática, quem olha para o céu, vai ver que no dia seguinte ao de atrasar o relógio, as estrelas estarão, à mesma hora do dia anterior, mais "adiantadas", "deslocadas" para Oeste. Todos os dias as estrelas nascem cerca de 4 minutos mais cedo. Por isso, de um dia para o outro, essas diferenças não são perceptíveis. Mas se de um dia para o outro mexermos no relógio uma hora, torna-se evidente que o espectáculo a que assistimos é outro...

Podemos ver algumas constelações nascer mais cedo. Orion, na sua imponência, destaca-se de tudo a Nascente. É facilmente identificável por ter muitas estrelas brilhantes num padrão muito próprio:



Também Gémeos, Touro, Perseu e Cassiopeia são impossíveis de falhar, se soubermos para onde olhar...

Ao invés, outras formações que nos acompanharam durante o Verão começam agora a desaparecer do nosso campo visual. De entre elas, não posso deixar de destacar o Triângulo de Verão, constituída por 3 estrelas de constelações diferentes, mas muito brilhantes.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

PLUTÃO, O PLANETA ANÃO

E falei de Plutão, o até há poucos anos nono planeta do Sistema Solar.
Devido a alguns factores, que resumidamente vou relatar, mudou de categoria.

Primeiro, Plutão tem uma órbita muito excêntrica. E o que é a excentricidade de uma órbita? É o ângulo que ela faz relativamente à órbita "de referência", a da Terra. No caso da imagem que aqui coloco, a comparação é feita com a órbita de Neptuno, que é próxima da da Terra. A órbita de Neptuno é a que está inserida no plano horizontal, a de Plutão está no plano oblíquo. A excentricidade da sua órbita é de aproximadamente 17º, tal como está indicado na imagem, e esse valor é extraordinariamente elevado, já que esse ângulo é muitíssimo mais reduzido no caso dos outros planetas. Cá vai outra imagem exemplificativa:Plutão tem um satélite natural (Caronte) com uma dimensão muito próxima da sua, de tal forma que se fala no par Plutão-Caronte. Giram um em torno do outro porque as suas massas não são tão diferentes assim, ao contrário dos outros planetas do Sistema Solar, que são muito maiores que as suas luas, e não sentem tanto os efeitos da sua gravidade. Nix e Hydra são outras luas, bem mais pequenas que Plutão.



Existem outros corpos de dimensões semelhantes às de Plutão, que foram descobertos mais recentemente, e que também conduziram à sua "despromoção". Isso será motivo de conversa noutro dia.

Há ainda outro facto diferente em Plutão. A sua órbita cruza com a de Neptuno durante alguns anos (dos 248 anos que demora a sua translação, 20 são passados mais próximos do Sol que Neptuno). Esta imagem é elucidativa:


Podemos ainda ver que a sua órbita é mais elíptica e menos circular que a dos outros planetas.

Plutão pode ter "descido de categoria", mas ninguém duvida que é muitíssimo especial...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A LINHA DE ECLÍPTICA (2)

E o que é a linha de eclíptica? Porque é que é por essa zona do céu que podemos ver os planetas do Sistema Solar?

Nunca tinha pensado nesta questão, mas a resposta é muito óbvia... já tinha visto imagens do Sistema Solar com as órbitas dos planetas desenhadas, como a que se segue:



E depois a Matemática explicou-me o resto... O que é que muitas circunferências concêntricas definem? Um plano. Neste caso, o plano das órbitas dos planetas é o plano de eclíptica. Se imaginarmos que fazemos um "corte" nesse plano, ou melhor, imaginando-o "de lado", vamos acabar por obter uma linha, a linha de eclíptica.
Outra forma que achei para perceber foi a de me imaginar na Terra, e como todos giram em torno do Sol, todos iriam aparentemente girar em círculo à minha volta... E esse círculo estaria definido, baptizado de linha de eclíptica...

Plutão está ali representado. Foi considerado pela União Astronómica Internacional como um planeta-anão, foi despromovido, mas isso é assunto para amanhã.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A LINHA DE ECLÍPTICA

A linha de eclíptica é algo que não podemos ver com os nossos olhos, mas podemos imaginar.
Nesta figura, a linha branca em arco é a linha de eclíptica, a linha sobre a qual se movem os planetas no nosso campo visual. Nesta altura do ano, é muito fácil identificar 2 planetas no nosso céu. Ao início da noite, olhemos para Sul / Sudoeste, quando o céu ainda não estiver completamente escuro. Vemos Vénus, mais baixo no horizonte e mais perto de onde o Sol se pôs, e Júpiter, mais alto e mais a Sul. Imaginemos o arco que passa entre eles e temos a eclíptica.

Na imagem seguinte temos um excerto um pouco amplificado do mapa anterior.
Estão sinalizados 4 planetas sobre a eclíptica. Plutão, Neptuno e Urano são planetas muito pequenos e só com a ajuda de telescópios os podemos ver. Júpiter é o maior de todos e é muito visível a olho nu.
Mas o que quero frisar é o facto de todos estes planetas se encontrarem sobre a eclíptica.
Querendo procurá-los, já sabemos onde o fazer...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O PRIMEIRO MAPA

A primeira vez que vi um mapa celeste foi na Serra da Freita, numa noite dedicada à observação de meteoros, e foi como entrar num labirinto. Confesso que me baralhou bastante olhar para o papel e não reconhecer nada após um primeiro olhar.

Depois decidi-me a ver com atenção aquele bocadinho de céu que tinha na mão. Obviamente que todos os pontinhos que vi eram as estrelas e as linhas que os uniam eram os desenhos das constelações, mas havia uma linha curva, um "arco", que se distinguia das restantes. Deduzi que fosse a linha da eclíptica, de que outro dia, talvez amanhã, falarei. Confirmei com o profissional que estava presente, e era de facto o que eu pensava.
Depois notei que havia pontos maiores e outros mais pequenos, a que correspondem estrelas mais ou menos brilhantes. Esta representação depende de programa para programa. No "SkyMap Pro 11", por exemplo, há pontos, círculos, e losangos, por forma a diferenciar os vários tipos de estrelas.

"Visão de um mapa do Cartas Celestes"


Uma das primeiras coisas que podemos fazer para nos "localizarmos" é saber para que lado está o Norte e o Sul no mapa, e a orientação do mapa. Lá, pode vir indicado o Ponto Cardeal ou os graus a que correspondem. Por exemplo, Norte são 0º, Este 90º, Sul 180º e Oeste 270º. Posto isto, é preciso começar a comparar o mapa que temos à frente com o céu que temos sobre as nossas cabeças...


"Visão de um mapa do SkyMap Pro 11"

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

AS PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES

Sempre me interessei pela Astronomia, mas só nos últimos 2 ou 3 anos tenho vindo a estudá-la com um pouco mais de atenção. Antes de lermos livros especializados, fazermos pesquisas na net ou procurar arranjar programas de computador que nos ajudem neste estudo, convém primeiro apreciar o céu nocturno. Antes de o compreender, optei por o admirar. E não me arrependo nem um bocadinho...

Se olharmos para o céu e não o conhecermos, o que vemos é uma amálgama de pontos brancos sem qualquer ordem ou distribuição específica. Mas à medida que formos repetindo as nossas observações, vamos concluindo que dia após dia os padrões se repetem, se movem ordenadamente, sempre da mesma forma... Vamos também descobrindo que nem todos os pontos são brancos, porque uns são mais alaranjados, avermelhados ou azulados, que uns são mais brilhantes que outros, que uns cintilam e outros têm um brilho permanente.
E isto é trabalho permanente, pois acabamos sempre por descobrir coisas novas! Quem não gostar de andar de nariz no ar, não pode aspirar a ser Astrónomo...