quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TERRA (lua)

Um pequeno post sobre a Lua, o nosso satélite natural...
Não pretendo fazer uma análise exaustiva das características da Lua (nem de qualquer outro corpo), mas apenas deixar umas pequenas notas.

Na Lua não há atmosfera, nem vento, nem água... Logo, não há erosão. As crateras de impacto de meteoros não sofrem alterações e da Terra é possível ver bem algumas zonas mais claras e mais escuras...
As fases da Lua explicam-se pela posição relativa ao Sol, da Terra e da Lua. Embora a área da Lua iluminada pelo Sol seja sempre a mesma, nem sempre é a face que a Lua voltada para a Terra que está completamente iluminada. A seguinte imagem ajuda a ilustrar:
No que toca ao movimento da Lua em torno da Terra, ele faz-se independentemente do movimento da Terra em torno do Sol... Mais uma vez, uma imagem vale mais que mil palavras:
No entanto, não podemos ficar indiferentes às imagens de beleza única que ela nos proporciona, sempre envolta na sua aura de mistério...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

TERRA

Este post é, talvez, o mais importante. Pelo simples facto de que fala na nossa casa, a casa de que tão mal cuidamos. É uma relação quase unilateral, a que temos com a Terra, pois apesar dos maus tratos que sofre, ela continua a dar-nos tudo aquilo que precisamos, inclusive visões dela própria em que surge bela e fascinante, como a que se segue. Astronomicamente falando, a Terra é o 3º planeta a contar do Sol, a uma distância de 150 000 000 km da nossa estrela.
Tem um diâmetro de cerca de 12750 km e uma densidade de 5,52 g/cm3, muito semelhante a Mercúrio e Vénus, outros planetas telúricos.
Tem apenas um satélite natural, a Lua, que podemos observar todas as noites. A imagem da Terra vista da Lua é fantástica, e neste caso podemos observar o "nascer da Terra":









A Terra tem um período de rotação de 23,93 horas e de translação de 365,3 dias. Para fazer os acertos, é necessário acrescentar 1 dia de 4 em 4 anos, os anos bissextos.
A temperatura mais baixa registada no nosso planeta foi de -88ºC e a mais alta de 58ºC. A superfície tem cerca de 75% de água, quase toda nos oceanos e nos pólos.

De forma resumida, pode dizer-se que a Terra é constituída por 3 camadas:
- Crosta - camada superficial com cerca de 40km de espessura;
- Manto - camada intermédia e que comporta a maioria da massa terrestre;
- Núcleo - camada interna, a partir do quilómetro 2900 de profundidade, à base de ferro e níquel.
A sua atmosfera é composta por 78% de azoto e 21% de oxigénio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

VÉNUS

Não é à toa que se chama "A Jóia do Céu" a Vénus.
Quem já o viu não pode deixar de ficar de boca aberta perante a beleza do planeta mais próximo de nós. Tal como já referi anteriormente, olhando para Sul/Sudoeste ao fim da tarde por estes dias, vai ver 2 pontos a destacarem-se muito claramente um do outro. O mais "alto" no céu é Júpiter, o outro é Vénus. O espectáculo deverá ser semelhante a este (e acreditem que ao natural é ainda mais belo...):


Voltarei a mencionar esta conjunção, termo de que depois falarei, quando os meus posts chegarem a Júpiter, e nessa altura os planetas estarão ainda mais próximos. Com certeza será uma visão deslumbrante...

Vénus fica a 0,28 U.A. de nós, pelo que é o nosso mais próximo vizinho. O seu ano é 0,62 o ano terrestre e a rotação do planeta dura aproximadamente 243 dias, com uma particularidade curiosa: é em sentido inverso ao de todos os outros planetas principais, à excepção de Urano.
É semelhante à terra em várias dimensões, como a massa, a densidade e o raio.A inclinação da sua órbita quase circular é de 3,39º. Não tem luas.
O aspecto mais marcante de Vénus é a sua atmosfera. Sofre de um enormíssimo efeito de estufa, devido ao excesso de dióxido de carbono que possui, e isso torna-o o planeta mais quente do Sistema Solar, mais quente ainda que Mercúrio, que está bem mais próximo do Sol. Apesar da noite ser muito prolongada em Vénus, o efeito de estufa é tão intenso que o planeta não arrefece mesmo quando não está virado para o Sol. Pode atingir 482ºC.
A atmosfera á tão densa que vale por 100 atmosferas terrestres e estar na superfície de Vénus é como mergulhar no mar a 920 metros de profundidade.Para estudar a sua superfície, algumas sondas soviéticas da série Venera e as americanas Pioneer aterraram em Vénus, mas não resistiram mais que uma hora.
A crosta parece ser formada por uma camada basáltica espessa, e revela crateras de impacto e vários vulcões.


Apesar de ter sido formado na mesma zona e no mesmo período que a Terra, e com isso ter ficado com dimensões semelhantes, as semelhanças com a Terra ficam por aí...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MERCÚRIO

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, e um dos maiores mistérios do Sistema Solar. Escondido pelo brilho solar, torna-se complicado para os observadores na Terra recolherem dados sobre este pequeno planeta situado a 0,61 U.A. de nós.
A sonda Mariner 10, conseguiu recolher algumas imagens aquando da sua passagem por este planeta em 1975, mas um re-tratamento recente dos dados aumentou o detalhe da imagem, que a seguir mostro:

A faixa vertical no canto superior direito corresponde a uma zona do planeta sobre a qual a sonda não conseguiu obter dados.
Mercúrio, onde as temperaturas oscilam entre os -173ºC e os 427ºC, é um planeta com apenas 6% da massa da Terra, apesar de ter uma densidade muito semelhante. Não tem qualquer lua e demora 58,6 dias a fazer o que a Terra faz num só: a rotação.
Devido à grande proximidade que tem em relação ao Sol, demora apenas 87 dias a fazer o movimento de translação. Ou seja, aproximadamente, enquanto passa 1 ano na Terra, em Mercúrio passam 4...
O seu raio é de 2440km, e a inclinação da sua órbita relativamente à da Terra é de 7º, a maior dos planetas principais do Sistema Solar actual, após a exclusão de Plutão.

Quase não possui atmosfera mas há vestígios de Hélio, Sódio e Oxigénio. Internamente, o planeta tem uma estrutura muito semelhante à nossa, com um núcleo metálico que constitui cerca de 70% da massa total de Mercúrio. A comprová-lo, está a existência de um campo magnético, que faz com que a gravidade aqui seja semelhante à de Marte, apesar da diferença de tamanho.
É possível ver Mercúrio a olho nu, em algumas ocasiões, mas está sempre tão próximo do Sol, no nosso campo visual (o afastamento angular visto da Terra, de Mercúrio ao Sol não ultrapassa os 28º), que isso nem sempre é possível, até porque só pode ser visto 2h antes do nascer do Sol ou após o pôr-do-sol.

Como curiosidade, fica a seguinte nota... como só pode ser visto OU de manhã OU de tarde (nunca ambas no mesmo dia), na Antiguidade julgava-se que eram 2 objectos diferentes. Tinha o nome de Apolo (Estrela da Manhã) ou Mercúrio (Estrela da Tarde), baptizado pelos Gregos. Egípcios e Hindus também julgavam que eram 2 corpos celestes distintos. Só muito mais tarde se percebeu que era um único objecto...

NOTA: Para se perceber o que é o afastamento angular, imaginemos o seguinte: quando o Sol se está a pôr, a desaparecer no horizonte, o afastamento angular entre ele e o ponto do céu exactamente sobre as nossas cabeças é do 90º, fazendo um ângulo recto em nós.
Outra imagem: estamos no centro de um relógio, onde os ponteiros se unem. O afastamento angular entre o "12" e o "3" é de 90º, e entre o "2" e o "3" é de 30º (muito próximo dos 28º referidos atrás). Aqui entende-se a proximidade que Mercúrio tem do Sol, no nosso campo visual.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

SOL

O Sol é a "nossa" estrela, uma estrela entre as centenas de milhar de milhão que existem na nossa galáxia, que é apenas uma neste Universo tão vasto e em expansão. É um factor essencial à Vida, sem ele não passamos. Proporciona algumas das melhores visões e paisagens que podemos imaginar, e é por isso uma grande fonte de inspiração para os românticos...

Astronomicamente, a análise é outra... Sentimos na pele o calor que dele sai, mas na verdade ele está a 150 000 000 km da Terra, e a luz que nos ofusca a visão sempre que olhamos de frente para ele demora 8 minutos à velocidade da luz (300 000 000 metros/segundo) a percorrer esses 150 milhões de quilómetros, que constituem a unidade-base para medir distâncias a este nível, a Unidade Astronómica (U.A.), e 1 U.A. = 150 x 10^6 km.
Só conseguimos ver directamente a sua fotosfera (camada exterior), e apesar da sua aparência tranquila, no Sol há constantes reacções químicas desde o seu núcleo à sua superfície, e que provocam grandes explosões na sua superfície.




O Sol numa fase "calma"...






















O Sol numa fase mais activa...




Um dos factores que leva a essas reacções no Sol é a diferença de pressão e temperatura. À superfície, a temperetura é de cerca de 5800 K, para no núcleo se atingirem uns incríveis 15 600 000 K (0ºC = 273,15 Kelvin).

A sua massa é 99,85% da massa total do Sistema Solar e é de 2 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 kg (2 x 10^30 kg, os zeros são só para se ter uma noção da grandeza da sua massa). É composto por Hidrogénio (70%), Hélio (28%) e metais (2%).

O calor, a luz, a beleza das paisagens, o pôr-do-sol, são apenas algumas das manifestações do nosso astro-rei, mas não podemos esquecer a aurora polar (boreal no Norte, austral no Sul), que tem a capacidade de encantar qualquer mortal... Fisicamente, são partículas de vento solar, originadas nas explosões que ocorrem à sua superfície, que colidem com a atmosfera terrestre.




Também isto é Astronomia, tudo isto pertence ao Cosmos...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O SISTEMA SOLAR

É sempre importante começar pelo básico... Antes de nos aventurarmos a perceber outras coisas, temos de compreender o nosso próprio sistema, a nossa própria casa, o Sistema Solar.
Existem 8 planetas principais, divididos por 2 categorias: os telúricos (terrestres) e os gigantes (exteriores).
Os planetas terrestres são, como o nome indica, semelhantes à nossa Terra, de constituição basicamente rochosa. São eles Mercúrio, Vénus, Terra e Marte. Com uma atmosfera mais ou menos densa, a sua constituição é semelhante, compostos de rochas e silicatos.
De seguida existe o chamado Cinturão de Asteróides, um imenso número de corpos rochosos que gravitam entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Os planetas gigantes são compostos de um pequeno núcleo rochoso, sendo o resto do seu volume composto por gás. Júpiter é o maior de todos, seguindo-se-lhe Saturno, Urano e Neptuno.

Depois existem os corpos transneptunianos que, conforme o nome indica, estão localizados para lá da órbita de Neptuno (órbitas superiores a 200 anos). Neles está, por exemplo, Plutão, agora considerado um planeta-anão (ou planetóide). Entramos aqui na Cintura de Kuiper, composta de rochas congeladas e ricas em metano, amónia e água.

Daqui para a frente vou falar detalhadamente de cada um destes elementos do Sistema Solar.

domingo, 2 de novembro de 2008

O TRIÂNGULO DE VERÃO

Já está a desaparecer do nosso campo visual (também é só por uns meses...), mas ainda é visível. E é digno, sempre muito digno de se ver o espectáculo de simplicidade do Triângulo de Verão.

Sem entrar em pormenores demasiadamente detalhados, aqui ficam algumas curiosidades desta formação inconfundível.Antes de mais, é preciso dizer que está longe do Zodíaco (da linha de eclíptica), onde pontificam Vénus e Júpiter. Logo, é impossível confundir-se com qualquer outra coisa... Em termos práticos, vamos imaginar um observador virado para Oeste (Poente), que olha para cima. À sua "esquerda" terá a eclíptica, e o Triângulo estará mais para a "direita".

É composto por 3 estrelas muito brilhantes, Vega, Deneb e Altair.

Vega é da constelação da Lira. É a 5ª estrela mais brilhante do céu. À sua volta há um disco de gases e poeiras propício ao aparecimento de planetas, se é que já não existem. Por volta do ano 14000, Vega será a nossa Estrela Polar, devido à precessão dos equinócios, tema que um dia mais para a frente abordarei.

Altair está na constelação da Águia, a 17 anos-luz da Terra, sendo uma das estrelas visíveis mais próximas de nós. É uma estrela achatada nos pólos, pois tem uma rotação muito rápida. O seu nome vem do Árabe "Águia Voadora".

Deneb pertence à constelação do Cisne. É uma das estrelas mais brilhantes conhecidas, apesar da sua distância verdadeiramente colossal em relação a nós, e tem um diâmetro entre 200 e 300 vezes o do Sol. Ou seja, se a estrela central do Sistema Solar fosse Deneb, o seu tamanho seria aproximadamente a órbita da Terra.

Para se observar bem o Triângulo de Verão nesta altura do ano, o ideal é fazê-lo ao início da noite. As 3 estrelas "deslocam-se" para Poente à medida que a noite avança, e depois torna-se complicado... mas vale bem a pena.