terça-feira, 24 de agosto de 2010

HISTÓRIA DA ASTRONOMIA - da Terra ao Sol

E os raciocínios dedutivos continuam, agora na direcção do Sol.

Anaxágoras e Aristarco foram 2 gregos, figuras proeminentes da Ciência de outros tempos. Na altura, nem sequer se chamava ciência, mas sim filosofia natural. Anaxágoras, no séc. V a.C., defendia a ideia de que o Sol, a Lua e as Estrelas eram apenas pedras quentes, só que a Lua era tão fria que o luar era nada mais que o reflexo do Sol. Apesar da base teórica errada, aqui ele tinha razão.

200 anos mais tarde, Aristarco partiu da teoria do reflexo para estabelecer um método que, apesar de na altura não ter dado o resultado verdadeiro que hoje sabemos, foi um método muito válido, que serviu para os cálculos actuais. Aliás, como vamos ver, só deu erro por um erro de medição, não por erro de raciocínio. O que pensou Aristarco?

Que, quando a Lua estivesse precisamente em Quarto Crescente ou Minguante, formaria com o Sol e a Terra um triângulo rectângulo, como mostro na figura.

Sabendo a distância Terra-Lua, foi possível calcular a distência Terra-Sol, após medição do ângulo que existe entre as linhas que unem a Terra ao Sol e a Terra à Lua. E aqui surge o erro...

Aristarco determinou este ângulo com o valor de 87º, o que colocaria o Sol a uma distância de apenas 20 vezes os 320000km que nos separam da Lua. O valor real do ângulo é 89,5º, o que afasta o Sol para uns confortáveis 400 x 320000km...

Mas como disse, o que foi verdadeiramente importante aqui? O estabelecimento de um método mais que válido...

O mesmo método pode ser usado para explicar a existência de fases em Vénus, e para se fazer o mesmo cálculo colocando Vénus no lugar da Lua.

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