quinta-feira, 9 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA ASTRONOMIA - epiciclos

Ao ver-se confrontado com dificuldades ao explicar os movimentos retrógrados dos Planetas, Ptolomeu arranjou uma solução, mas pelo método errado. Em vez de estudar os factos e arranjar uma explicação para eles, arquitectou uma forma de responder ao problema encontrado, sem se preocupar com a sua veracidade. E chegou a uma solução, no mínimo... curiosa.

Engendrou um complicadíssimo sistema de círculos sobre círculos que pudesse justificar as observações. De facto, as observações confirmavam esse modelo, mas se se pensasse um pouco mais, se calhar iriam arranjar-se milhentas outras formas de o fazer. Melhor dizendo, era um modelo que explicava as observações, mas as observações não provavam o modelo.

Mas em que consistia?
Basicamente, tudo se justificava com base nos círculos. As órbitas dos Planetas eram circulares, com a Terra no centro. Os teológos encorajaram esta teoria, uma vez que estava de acordo com a Bíblia. Com a leitura que eles faziam da Bíblia, acrescento eu. Aliás, a Bíblia não é feita para se ler ipsis verbis o que lá está, mas sim para se entender todo um conjunto de símbolos que ela representa. Mas isso são contas de outro rosário... Mostro uma imagem representativa deste modelo que Ptolomeu arranjou. Eu ia dizer alucinou, mas vou respeitar as suas ideologias...

Tentando explicar... Todos os Planetas fariam a sua órbita sobre um círculo imaginário cujo raio seria considerado o deferente, e efectuando a sua trajectória na forma de pequenos círculos sobre si mesmo, chamados epiciclos. Ora, os raios do deferente e as velocidades de cada epiciclo podem ser ajustados de forma a ajustar a trajectória de cada Planeta... isto é arranjar um modelo e encaixá-lo de qualquer maneira na observação prática...

Para que o seu pseudo-modelo explicasse todas as observações, Ptolomeu introduziu o excêntrico e o equante, pontos imaginários. O excêntrico era um ponto imaginário próximo da Terra, que seria o verdadeiro centro do deferente. O equante era outro ponto imaginário, cuja influência contribuiria para a velocidade variável dos Planetas. Confuso/a? Não me espanta, eu tive de ler várias vezes coisas acerca disto para perceber. Mas não se preocupe, vou ter pena de si e não vou desenvolver este tema. Fica só uma imagem, para uma tentativa de explicação.

(Na imagem falta um x no excêntrico, mas não reparem...)

No próximo post caio na realidade de novo, e tropeço no heliocentrismo.

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