terça-feira, 12 de outubro de 2010

HISTÓRIA DA ASTRONOMIA - de Kepler a Galileu

Com o seu trabalho, Kepler abriu as portas a uma nova era na Física dos Astros.
Para poder argumentar devidamente, juntando observações a factos, Kepler passou 8 anos a escrever o Astronomia Nova, que publicou em 1609, onde explanava exaustivamente o estudo e as suas conclusões, de tal forma que, a dada altura, escreveu:
"Se este fastidioso método de cálculo o aborrecer, tenha piedade de mim, que fui obrigado a repeti-lo pelo menos setenta vezes."
Contudo, a sua obra não foi bem recebida e algumas questões incomodavam a sociedade e os clérigos da época, sempre renitentes e tudo o que fosse contra a doutrina vigente, de tal forma que o clérigo e astrónomo David Fabricius escreveu uma carta a Kepler, onde dizia:
"Com a vossa elipse abolistes a circularidade e a uniformidade dos movimentos, o que me parece um absurdo tanto maior quanto mais profundamente penso nele. Seria muito melhor se ao menos pudésseis preservar a órbita circular perfeita, e justificar a vossa órbita elíptica com outro pequeno epiciclo."
Outra vez os epiciclos???
Com o insucesso do Astronomia Nova, Kepler desanimou e trabalhou em outras áreas até ser confrontado com a invenção do telescópio. E com ele, surgia no panorama Galileu Galilei, que, com as suas observações, provaria que Aristarco, Copérnico e Kepler estavam certos.

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Recomendo a procura do Cometa 103P/Hartley, o Cometa mais brilhante de 2010. Estará visível em Céus escuros durante o mês de Outubro. 
Se alguém estiver interessado em procurá-lo, diga-me e eu informo acerca da sua trajectória.

2 comentários:

Rambanão disse...

Com a introdução do telescópio e da óptica para fins astronómicos e físicos o nosso sol pareceu-nos cada vez mais pequeno, quando Galileu pensava que o telescópio ia trazer mais resposta, foi ao contrário, afinal apareceram muitas mais dúvidas e perguntas!

Carlos Capela disse...

Sem dúvida!
E acho que é nesta altura que a História da Astronomia deixa de ser "poética", para passar a ser uma busca intensiva de factos! Deixa de ser "pensada" ou "imaginada", para passar a ser "documentada"...
Acho que esta é a fronteira entre os grandes pensadores e os grandes cientistas...