quinta-feira, 26 de setembro de 2013

EQUINÓCIO DE SETEMBRO

É normal as pessoas não saberem o que é o equinócio, tal como é normal não se saber o que é o solstício.

Mas antes de explicar o que é um equinócio, convém explicar por que motivo temos estações do ano.
O primeiro passo que é preciso desmistificar é que é verão quando a Terra está mais perto do Sol. ERRO CRASSO! Se assim fosse, como se explicaria que o verão no hemisfério norte seja simultâneo com o inverno no hemisfério sul? Se fosse verão por a Terra estar mais perto do Sol, então teria de ser verão no Planeta inteiro, certo?
Há pouco tempo tentei explicar isto a um tipo que insistiu comigo que eu estava errado. Porque, dizia ele, "se está mais calor, é porque está mais perto". Desisti. Não o consegui fazer entender que está mais calor porque o Sol passa mais tempo a iluminar-nos e a aquecer-nos. Nasce mais cedo e põe-se mais tarde. Isso faz com que esteja mais tempo acima do horizonte. Logo, temos mais calor...

E é precisamente isto que nos remete para o porquê de termos estações do ano.
Temos estações porque a inclinação do eixo da Terra relativamente ao Sol não é constante. É verão no hemisfério norte quando a inclinação desse eixo faz com que o Sol passe mais tempo a incidir no hemisfério norte e o mesmo se passa no hemisfério sul.
É por isso que o solstício de dezembro marca o verão no hemisfério sul (inverno no hemisfério norte) e o solstício de junho marca o verão no hemisfério norte (inverno no hemisfério sul).
A imagem que coloco a seguir é altamente explicativa. Repare-se bem na direção dos polos norte e sul, e como é mais fácil perceber que o sol passa mais tempo a iluminar o hemisfério norte ou sul consoante a inclinação no momento.















Ok, agora os equinócios.
Ora bem, tem de haver um ponto de transição entre estes dois extremos (os solstícios). Esse ponto marca o momento em que um hemisfério deixa de ser o "que mais Sol leva", para passar a ser o outro. Esse momento chama-se... EQUINÓCIO!
Tecnicamente, diz-se que o equinócio é o instante em que o Sol, na sua órbita aparente (ou seja, como vista da Terra), cruza o Equador celeste. O Equador celeste é a projeção da linha do Equador terrestre projetada na esfera celeste (podemos imaginar a esfera celeste como uma espécie de "cúpula" que IMAGINARIAMENTE nos envolve).
De outra forma, é o ponto em que a eclítica cruza o equador celeste. A eclítica é a linha imaginária percorrida pelos Planetas nas suas órbitas. Mas vamo-nos ficar pela primeira definição.

A origem etimológica da palavra "equinócio" é o latim, em que aequus (igual) e nox (noite) significam "noites iguais". Vistas as coisas de outro prisma, é o momento em que os dias e as noites são iguais.

E para isto, convém explicar como se mede o dia.
Mede-se desde a "alvorada" (ou "dilúculo") até ao "ocaso" (ou "crepúsculo").
O dilúculo é o instante em que precisamente metade do disco solar está acima da linha do horizonte e metade abaixo e o crepúsculo é a mesma coisa ao por-do-Sol. Assim, durante os equinócios, o dia e a noite têm precisamente 12 horas.
Penso que a imagem seguinte ajuda a compreender um pouco o que acabei de dizer.


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